Santa Rita do Pardo: o alerta ambiental que não pode ser ignorado
- Samuel Santana Lopes de Freitas

- 14 de out.
- 2 min de leitura
Santa Rita do Pardo, em Mato Grosso do Sul, vivencia um grave quadro ambiental, segundo alerta do Monitor do Ambiente dos Municípios do Rio Paraná (MARP). Embora disponha de um programa de coleta seletiva formalizado, o município ainda apresenta baixos indicadores de saneamento e um nível preocupante de desmatamento, fatores que ameaçam a qualidade de vida da comunidade e o equilíbrio ambiental da região.

De acordo com o levantamento da plataforma, Santa Rita do Pardo já contabiliza 2.826 hectares de áreas desmatadas — um número alarmante para um município de pequeno porte. O desmatamento contínuo compromete a preservação das áreas verdes, que hoje representam apenas 16,4% do território, e aumenta a vulnerabilidade dos ecossistemas locais, especialmente nas margens do Rio Paraná e de seus afluentes.
Outro ponto crítico é o saneamento básico. Apenas 49,8% da população tem acesso ao tratamento de água e 50,3% à coleta de lixo, enquanto o tratamento de esgoto permanece insatisfatório e desigual. Isso significa que metade dos moradores ainda vive sob risco sanitário, reflexo direto da falta de prioridade do poder público às políticas ambientais e de infraestrutura essenciais.
Embora a qualidade da água esteja, segundo o relatório, “dentro do limite de segurança”, essa condição tende a se deteriorar caso não haja controle rigoroso sobre o despejo de resíduos e esgoto. O município possui programa de coleta seletiva, mas sem um plano de saneamento básico estruturado e sem políticas eficazes de reflorestamento, a iniciativa acaba tendo apenas efeito paliativo diante de um problema estrutural.

A situação de Santa Rita do Pardo reflete o abandono ambiental ainda presente em muitos municípios da bacia do Rio Paraná. Com mais da metade da população sem atendimento adequado de saneamento e índices crescentes de desmatamento, o município se encaminha para um cenário de degradação ambiental preocupante.
É urgente que o poder público adote ações efetivas de sustentabilidade, como o reflorestamento de áreas degradadas, a ampliação da rede de saneamento básico e a inclusão de educação ambiental nas escolas.
O futuro de Santa Rita do Pardo — e do próprio Rio Paraná — depende de atitudes responsáveis, que substituam o descaso pelo compromisso e o discurso pelos resultados.
O Rio Paraná é mais que uma fonte hídrica: é um patrimônio natural indispensável ao desenvolvimento e ao equilíbrio ecológico da região. Ignorar os alertas de hoje é comprometer o amanhã.



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